Curso
Toninho
Aula 2:
Geografia (aula de 14/05/2012)
Urbanização
no Mundo Atual
Após a abordagem dos
principais conceitos que definem o espaço urbano, na aula anterior, nos
focaremos nesse momento nas tendências de urbanização do mundo atual.
O principal destaque é
que o processo de urbanização sempre esteve em contínuo crescimento, desde a
Revolução Industrial (Séc. XVIII), com o surgimento das primeiras metrópoles
industriais. No entanto, é após a 2ª Guerra Mundial que a urbanização se
tornará presente em todos os continentes.
São muitos os fatores
que geraram essa ampliação da urbanização por todo o mundo, dentre eles,
destacamos:
- a reconstrução da Europa e Japão, financiada
por interesses dos EUA.
- a entrada de capitais estrangeiros no mundo
subdesenvolvido (América, Latina, Sul da Ásia)
- a industrialização tardia do mundo
subdesenvolvido, através de presença de empresas transnacionais nesses países.
- a Nova Divisão Internacional do Trabalho
(países “em desenvolvimento” passam a empregar no setor secundário e não apenas
no primário)
- a descolonização da África.
Reparem que, em todos
os momentos, o crescimento da urbanização está acompanhado pelo crescimento da
indústria. Ela é o “motor” da urbanização, pois com ela, estimula-se o êxodo
rural e o crescimento do setor terciário (comércio e serviços).
É
preciso destacar uma questão muito importante: mesmo com a tendência de
urbanização em todos os continentes, esse processo ocorreu de maneira diferente
em países desenvolvidos e subdesenvolvidos. Tais diferenças são visíveis nas
paisagens se compararmos uma cidade global europeia, como Amsterdã e uma
latino-americana, como São Paulo.
No
mundo desenvolvido, o processo de industrialização é mais antigo e muitas
cidades pré-existiam até mesmo às indústrias, no período do mercantilismo.
Durante os séculos XIX e XX a presença das indústrias mudou muito as funções
das cidades em países desenvolvidos, mas esse crescimento foi mais gradual,
acompanhado de políticas públicas que, mesmo não resolvendo os problemas
sociais do capitalismo, os amenizaram. Além disso, com grandes reservas, Europa
e EUA desenvolviam metrópoles por todo o território, não apenas em algumas
regiões.
Já
no chamado mundo subdesenvolvido, a industrialização foi acompanhada de
investimentos internacionais que, visando sempre maiores lucros, tendiam a se
concentrar. É o caso do Sudeste brasileiro, por exemplo, ou mesmo a região
metropolitana de Buenos Aires ou a Cidade do México. Com isso, as cidades passaram pelo processo de
inchaço urbano: atraiam cada vez mais pessoas num intervalo de tempo curto, que
não permitia ações de planejamento e criação de infraestruturas.
No
Brasil, por exemplos, saltamos de 44% de pessoas morando em cidades na década
de 40 para 81.2% no ano 2000, ou seja, praticamente o dobro em meio século.
Essa tendência é geral: em 2015, segundo a ONU, das 21 megacidades, 17 estarão
em países subdesenvolvidos, todas geradas pelo mesmo processo de investimentos
internacionais e concentração de capitais e determinadas regiões.
São
inúmeros os problemas que esse “inchaço urbano” acaba acarretando, seja
relacionado às infraestruturas, como moradia e saneamento, sejam problemas
sociais, como criminalidade e desemprego, ou mesmo problemas ambientais, tais
como a poluição atmosférica, as enchentes, o tratamento do lixo e as ilhas de
calor.
Outro
detalhe importante é a presença de interesses privados nas políticas públicas
nesses países. Medidas que em teoria visam melhorar a vida nas metrópoles
subdesenvolvidas, muitas vezes são tomadas com a intenção de valorizar regiões
da cidade, que sobem de valor no mercado imobiliário e aumentam ainda mais o
crescimento da “cidade informal” (favelas, ocupações, etc).
Como
forma de discutir a situação o “Programa Habitat”, da ONU, desde a década de 70
vem discutindo a questão. A Conferência Habitat II (1996 – Istambul, Turquia)
apontou muitas críticas ao modelo de urbanização dos países subdesenvolvidos,
propondo medidas de urgência do setor de moradia, transporte, desenvolvimento
sustentável. Exige descentralização do poder, dando maior liberdade ao poder
local (municípios) em criarem suas leis de gestão urbana. As Parcerias
Público-Privadas, as ONG’s e o Orçamento Participativo (decisão popular dos
destinos da cidade) são medidas que vêm sendo discutidas e, em determinadas
medidas, implantadas.
** Atenção!!**
Como exercício para a próxima aula, peço que todos pesquisem 1 problema de ordem
ambiental e 1 problema de ordem sociais típicos do espaço urbano de
metrópoles em países subdesenvolvidas. (Ex: efeito estufa, congestionamentos,
violência, etc)
Tragam
suas anotações!!
Discutiremos os problemas em aula, através da
resolução de exercícios sobre o tema.

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