quarta-feira, 16 de maio de 2012

Urbanização no Mundo Atual - Aula de 14/05


Curso Toninho
Aula 2: Geografia (aula de 14/05/2012)

Urbanização no Mundo Atual


Após a abordagem dos principais conceitos que definem o espaço urbano, na aula anterior, nos focaremos nesse momento nas tendências de urbanização do mundo atual.
O principal destaque é que o processo de urbanização sempre esteve em contínuo crescimento, desde a Revolução Industrial (Séc. XVIII), com o surgimento das primeiras metrópoles industriais. No entanto, é após a 2ª Guerra Mundial que a urbanização se tornará presente em todos os continentes.
São muitos os fatores que geraram essa ampliação da urbanização por todo o mundo, dentre eles, destacamos:
- a reconstrução da Europa e Japão, financiada por interesses dos EUA.
- a entrada de capitais estrangeiros no mundo subdesenvolvido (América, Latina, Sul da Ásia)
- a industrialização tardia do mundo subdesenvolvido, através de presença de empresas transnacionais nesses países.
- a Nova Divisão Internacional do Trabalho (países “em desenvolvimento” passam a empregar no setor secundário e não apenas no primário)
- a descolonização da África.
Reparem que, em todos os momentos, o crescimento da urbanização está acompanhado pelo crescimento da indústria. Ela é o “motor” da urbanização, pois com ela, estimula-se o êxodo rural e o crescimento do setor terciário (comércio e serviços).
            É preciso destacar uma questão muito importante: mesmo com a tendência de urbanização em todos os continentes, esse processo ocorreu de maneira diferente em países desenvolvidos e subdesenvolvidos. Tais diferenças são visíveis nas paisagens se compararmos uma cidade global europeia, como Amsterdã e uma latino-americana, como São Paulo.
            No mundo desenvolvido, o processo de industrialização é mais antigo e muitas cidades pré-existiam até mesmo às indústrias, no período do mercantilismo. Durante os séculos XIX e XX a presença das indústrias mudou muito as funções das cidades em países desenvolvidos, mas esse crescimento foi mais gradual, acompanhado de políticas públicas que, mesmo não resolvendo os problemas sociais do capitalismo, os amenizaram. Além disso, com grandes reservas, Europa e EUA desenvolviam metrópoles por todo o território, não apenas em algumas regiões.
            Já no chamado mundo subdesenvolvido, a industrialização foi acompanhada de investimentos internacionais que, visando sempre maiores lucros, tendiam a se concentrar. É o caso do Sudeste brasileiro, por exemplo, ou mesmo a região metropolitana de Buenos Aires ou a Cidade do México.  Com isso, as cidades passaram pelo processo de inchaço urbano: atraiam cada vez mais pessoas num intervalo de tempo curto, que não permitia ações de planejamento e criação de infraestruturas.
            No Brasil, por exemplos, saltamos de 44% de pessoas morando em cidades na década de 40 para 81.2% no ano 2000, ou seja, praticamente o dobro em meio século. Essa tendência é geral: em 2015, segundo a ONU, das 21 megacidades, 17 estarão em países subdesenvolvidos, todas geradas pelo mesmo processo de investimentos internacionais e concentração de capitais e determinadas regiões.
            São inúmeros os problemas que esse “inchaço urbano” acaba acarretando, seja relacionado às infraestruturas, como moradia e saneamento, sejam problemas sociais, como criminalidade e desemprego, ou mesmo problemas ambientais, tais como a poluição atmosférica, as enchentes, o tratamento do lixo e as ilhas de calor.
            Outro detalhe importante é a presença de interesses privados nas políticas públicas nesses países. Medidas que em teoria visam melhorar a vida nas metrópoles subdesenvolvidas, muitas vezes são tomadas com a intenção de valorizar regiões da cidade, que sobem de valor no mercado imobiliário e aumentam ainda mais o crescimento da “cidade informal” (favelas, ocupações, etc).
            Como forma de discutir a situação o “Programa Habitat”, da ONU, desde a década de 70 vem discutindo a questão. A Conferência Habitat II (1996 – Istambul, Turquia) apontou muitas críticas ao modelo de urbanização dos países subdesenvolvidos, propondo medidas de urgência do setor de moradia, transporte, desenvolvimento sustentável. Exige descentralização do poder, dando maior liberdade ao poder local (municípios) em criarem suas leis de gestão urbana. As Parcerias Público-Privadas, as ONG’s e o Orçamento Participativo (decisão popular dos destinos da cidade) são medidas que vêm sendo discutidas e, em determinadas medidas, implantadas.

** Atenção!!**

Como exercício para a próxima aula, peço que todos pesquisem 1 problema de ordem ambiental e 1 problema de ordem sociais típicos do espaço urbano de metrópoles em países subdesenvolvidas. (Ex: efeito estufa, congestionamentos, violência, etc)

Tragam suas anotações!!

Discutiremos os problemas em aula, através da resolução de exercícios sobre o tema.

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